quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Paulo Portas, o patriota

Paulo Portas, o ministro mais ausente deste Governo (e não me refiro às deslocações inerentes ao cargo que ocupa), resolveu quebrar o silêncio que tanto se esforçou por manter, dentro do hemiciclo, durante esta manhã. Mas, ao invés de responder e debater com os que foram eleitos como representantes do povo, os deputados, optou por confortavelmente dirigir-se aos jornalistas que o esperavam à saída do hemiciclo.

E o que disse Portas aos jornalistas?

Essencialmente, que está muito preocupado com a estabilidade governativa do país. Disse, este patriota, que vê a crise na Europa, que olha para os problemas em Espanha, que conhece a situação na Grécia e que, por tudo isto, considera que a estabilidade é um bem precioso a Portugal.

Fico muito contente por este patriota ter finalmente recuperado a visão que lhe permite perceber a importância da estabilidade. É que, até há pouco mais de um ano, este senhor não conseguia vislumbrar quaisquer problemas na Europa. A situação da Grécia era algo isolado, defendia o patriota, ao mesmo tempo que pontapeava a estabilidade governativa portuguesa, estabilidade que na altura, na perspetiva de Portas, só prejudicava Portugal.

Não posso deixar, assim, de felicitar Paulo Portas por ter recuperado o sentido da visão, ainda que tal tenha ocorrido tão tarde e com tantos custos para os portugueses.

Atendendo à evolução verificada na sua visão, espero agora que, no período que ainda temos até à apresentação do Orçamento do Estado para 2013, o patriota Paulo Portas consiga, em tempo útil, perceber que cortes na despesa centrados na educação, saúde e ação social são autênticos atentados às pessoas da sua pátria.

Haja esperança!

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