Nesta história toda, algo que ainda não consegui perceber e que, à partida, seria de rápida apreensão, prende-se com o motivo de tudo isto. Qual é o motivo, qual é a necessidade, qual o imperativo nacional que impõe a realização de uma revisão constitucional? Quando me apresentam uma alteração legislativa "menor", que limita a quantidade de sal no pão, eu compreendo o motivo: é uma questão de saúde pública e, inclusive, trata-se de algo legislado (nalguns casos há décadas e com limites inferiores) noutros países europeus.
Mas, neste caso, não consigo encontrar o motivo. Será a revisão constitucional a solução para o desemprego ou para a redução do défice orçamental? O que aflige as famílias portuguesas são a educação e a saúde "tendencialmente gratuitas"? E a introdução de razões atendíveis para despedir, será que constituem um desígnio nacional?
Não me parece.
O que me parece é que a incapacidade de encontrar soluções concretas e exequíveis para resolver ou aliviar os verdadeiros problemas que nos afligem dá nisto: manobras de diversão. Perde o principal partido da oposição (ver sondagens mais recentes), perde o Governo (que acaba por ter que dedicar recursos para dar resposta a toda esta "novela") e, no fim do dia, perdemos todos.
Soluções, alternativas, debate de ideias para resolver problemas... Nem vê-los.
1 comentário:
Como eu concordo consigo! Tá a ver?Essa das razões "legalmente atendíveis" e dos serviços "tendencialmente gratuitos" é prosa típica da pessoa que redigiu essas alterações e com quem trabalhei + de 10 anos.
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