Desta vez, não tendo conseguido arranjar melhor maneira de dar a volta à questão, resolveram publicar uma notícia com este título:
Este apelo à grande crise que nos abala e que, este Natal tal como no do ano passado, irá levar inúmeras famílias da classe média a esgotar os stocks de televisores LCD e de telemóveis topo-de-gama das superfícies comerciais, chega a comover. Não a mim, lamento.
A questão é que o jornal Público faz estes títulos de apelo a uma situação de crise asfixiante que assola toda a população, procurando (digo eu) desviar a atenção do que a notícia verdadeiramente veicula.
Antes de desatarmos em pranto por não termos dinheiro para o bacalhau da consoada, olhemos a alguns dados relevantes constantes deste estudo:
1) A redução expectável é de cerca de 6%, correspondendo, em termos médios, a menos de €40;
2) Em termos médios, os Portugueses gastarão mais €105 (22%) do que os Alemães e mais €165 (40%) do que os Holandeses;
3) Nos últimos anos, atentos os custos dos Portugueses com a época natalícia, a parcela destinada a aquisição de bens / presentes (onde se inclui o belo do televisor LCD ou o telemóvel da moda) disparou, a par de uma acentuada descida em custos com lazer (onde se incluem as tradicionais refeições de convívio natalício).
Realmente, para muitos, a pior crise não é a financeira.
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Adenda
Registo, com agrado, que algumas horas depois da publicação deste post, o jornal Público optou por modificar o título da sua notícia.
A título meramente informativo, o título original desta notícia corresponde, ipsis verbis (erro gramatical incluído), à imagem publicada supra.
1 comentário:
Sem dúvida Nuno! A pior crise não é a financeira, mas a de falta de valores, morais, éticos, sociais...
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