domingo, 7 de novembro de 2010

A responsabilidade civil e criminal

Recentemente, Pedro Passos Coelho lançou mais uma das suas polémicas inconsequentes. Começa a ser um hábito e, desta vez, o jovem Pedro Passos Coelho achou que seria uma boa ideia responsabilizar "civil e criminalmente" os políticos responsáveis pelo mau estado da economia. A separação de poderes que se lixe, o que interessa é lançar um soundbyte que garanta presença na abertura dos noticiários.

As reacções não se fizeram esperar, por parte de vários líderes partidários, comentadores e bloggers.
Em declarações à RTP2, Rogério Alves terá mesmo dito que esta história manifestamente "demagógica" não iria durar mais do que "até ao final deste fim-de-semana".

Deste modo, para garantir que ainda vou a tempo de manifestar opinião em tempo útil sobre este momento de stand-up comedy de Pedro Passos Coelho, gostaria de lançar três questões sobre a tal responsabilidade civil e criminal:

1) Atenta a responsabilização civil e criminal de responsáveis políticos, estão incluídas as decisões do Primeiro-Ministro Cavaco Silva relacionadas com a aplicação de fundos comunitários nos anos 80-90?

2) Atenta a responsabilização civil e criminal de responsáveis políticos, está incluída a decisão da Ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite de vender dívida incobrável ao Citigroup ou de ter vendido, em moldes cuja investigação concluiu pela prática de crime, de um edifício pertencente aos CTT?

3) Atenta a responsabilização civil e criminal de responsáveis políticos, está incluída a situação financeira deixada pelo Presidente da Câmara de Lisboa Pedro Santana Lopes?

Agradeço a quem me consiga responder a estas questões.


P.S.: Como nada acontece por acaso, dediquei 2 minutos a pensar no que terá motivado Pedro Passos Coelho a fazer estas declarações. Será que o jovem Pedro, no seu crescimento no mundo da política, se viu rodeado de tantos exemplos de pura irresponsabilidade política ou de uso de cargos políticos para benefícios pessoais, que se viu agora forçado a apelar à Justiça, julgando que todos os agentes e partidos políticos actuam da mesma forma do que aquele em que Pedro cresceu?

Sem comentários: