quinta-feira, 8 de setembro de 2011

É tudo uma questão de nos abstrairmos

Vamos esquecer por um momento que a comparticipação da pílula anticoncepcional representa uma redução de perto de 70% no custo final suportado pela utente.

Vamos esquecer por um momento que a prescrição médica, por exemplo, pelo profissional que presta serviços de medicina do trabalho nas suas empresas, possibilita a muitas mulheres aceder à pílula anticoncepcional comparticipada sem ter que perder 2, 3 ou 4 horas num Centro de Saúde.

Vamos esquecer por um momento que os Centros de Saúde não possuem meios nem recursos (nem seria desejável que assim fosse) para suportar um eventual súbito acréscimo de afluência apenas para a obtenção de um fármaco que poderia ser adquirido a um valor reduzido em qualquer farmácia.

Vamos esquecer por um momento que estamos a atravessar um período em que o custo de vida das famílias tem subido drasticamente. Vamos esquecer que é expectável que a subida continue e que o desemprego é elevado.

Realmente, se esquecermos tudo isto (e mais algumas coisas), a descomparticipação da pílula anticoncepcional não é uma medida assim tão estúpida.

2 comentários:

QC disse...

Isto é um ultraje à mulher, à sua sexualidade, à sua saúde, à sua condição Y dignidade. É abjecto.
A Lei Portuguesa deu um Passo atrás. Este Governo dá à mulher Portuguesa o mau nome que dão à própria mãe. Não o podemos admitir.

Anónimo disse...

Medida pejada de conservadorismo e de ideologia.

@G_L